domingo, 6 de março de 2011

Me casei com o Amanhã

Não me obriguem a pôr gravata, amarre-a em meu peito feito torniquete, impedindo que saia de dentro de mim tudo que anseio. Reserve um tempo para conservar aquela velha pilha de contas em cima da geladeira, e se orgulhe em dar destaque para aquelas de maior valor, pendurando-as com imãs sorridentes.
Não são elas quem me dirão o que deverei usar nos pés. E por favor, não me obriguem a colocar roupas sociais. Chamam-se sociais, mas não representam a sociedade. Nem me incluem nela. Chame meu país de pobre, pois sim, os pobres são maioria. Pobres de espírito, sexualidade, cabeça, bunda, e por ultimo de dinheiro. E nessa sociedade ocorre exatamente isso, os ricos estão excluídos e ficaram a margem de nosso país. A margem do mapa de nosso território ladeada por água, mar e litoral. Estão todos lá excluídos, em local estratégico para que quando a coisa aperte, eles fujam em caravelas até os paises onde tudo corre perfeitamente bem; pobres são excluídos, não tem empregos e onde a arte não tem lugar nem valor nem vez. No caminho suas mulheres rasparão a cabeça evitando que peguem piolho. Mas dirão que é moda, e logo até a madona estará junto de Angelina Jolie apoiando essa cambada de gente pobre e desamparada!!!
Não me digam o que devo dizer! Tenho minha boca e você a sua. Então não queira usar a minha orelha pra dizer o que sua boca ornada por dentes de ouro não pode dizer. O ouro dá grandes interferências em microfones!
Pés no chão, pés descalços. De mãos dadas, mãos casadas. Adeus ontem, me casei com o amanhã, e para sua informação, isso nas minhas costas é uma mochila e não um fardo!
Orelhas juntas, abraço. Penas cruzadas, demora. Sobrancelhas erguidas e boca aberta, só me mostram o quanto você não me conhece.
Bem vindo ao meu mundo! Onde os fracos são muitos, onde os fortes... são poucos. Shiiiiiiiiuuuuuuu!!!! Isso deve ser segredo, pois ninguém percebeu ainda!!!