sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Teologia do Poderio Sentimentalista

Ontem uma lágrima caiu ao gozar em um banheiro sujo de um bar, onde as únicas coisas limpas eram o meu suor e lagrimas. Chorei de felicidade. Não era apenas um gozo, era o sentido completo e feliz da minha vida. O gozo.
Sim infelizes e descartáveis mortais que não perceberam isso ainda, vim ao mundo para gozar dele, sinto se não o faz. Gozo este que não é o da carne vermelha, é o gozo que só a felicidade proporciona.
Sim eu sou a verdade. A minha verdade. E posso dizer que felicidade é o completo desconhecimento das razões da alma, é o que a torna bela, indomável e (contemplem) SELVAGEM...
Todos nós adoramos tigres, onças, guepardos, leopardos, justamente pelo fato de serem selvagens, só poderemos imaginar a textura de seu pelo, isso o deixa cada vez mais bonito, a distância exata para admirá-lo. Caso chegue mais perto verá a fera que se esconde e lá se vai o encanto causado pelo brilho do pelo, a profundidade dos olhos, o mistério e todo o resto.
Isso é felicidade, o não compreendimento completo, nossa eterna mania de que todas as perguntas devem serem respondidas, ou você é daqueles babacas que ainda acham que quando souberem de onde viemos e para onde vamos seremos felizes? Prefiro e prefira a dúvida, eterna e insólita em si mesma.
Por isso estive lá e gozei em um banheiro sujo de bar com aquele completo desconhecido pelo qual me apaixonei de olhar, não me dei ao luxo de pensar, ficar horas “mentando” o que significava aquilo que sentia, o que significava aquilo que vivia no dado momento, porque pra mim quem faz isso é domestico demais, olhou me nos olhos, levantei-me fui até onde ele estava o beijei como se quisesse sua alma para mim, fui fundo, o apertei contra a parede apreciei cada peça sendo retirada do contato com minha pele e me arrepiando pela sua respiração ofegante em direção ao meu suor.
Levantou minha saia, colocou de lado minha calcinha e l...e...n...t...a...m...e...n...t...e... me invadiu.
Não pensem que sou uma prostituta. Sou desconhecedora de minha alma e não quero a conhecer por completo. Essa é minha religião, onde meu deus habita, no estranho, claro e indescritível momento de felicidade. Não é sexo. É a liberdade de não se entender, de não ter como narrar o que ocorre. Da vida hoje dou risada e mostro-lhes os dentes, tristeza; três vezes ao dia, a devoro no café, almoço e jantar e sempre lhe digo: defina-me tristeza ou te devoro!
Sim eu falo sobre sentimentos! Esses que (des)conheço, estes que prefiro guardar distância para que eles não se domestiquem, distância para vê-los pastarem livres.

Minha religião é não me entender por completo
e meu deus é o mistério mais profundo de minha alma.